Ó PESSOAL...

...Visitem-se uns aos outros...cliquem nos cartões e conheçam os outros sócios.
Não deixem também de ver as publicações anteriores. Há sempre coisas interessantes que por vezes nos passam ao lado...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Novo blog

Gostaria de apresentar-vos o meu novo blog sobre tricô. Tenho algumas peças para venda e terei todo o gosto em aceitar encomendas.
Pedia também que o divulgassem pelos vossos blogues.


Visitem-no aqui.


Desde já, aproveito para desejar um óptimo ano 2011 a todos vós!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Azias

Sem ponta de humor seja ele de que cor for, sem laivo de sarcasmo, sem pingo de hipocrisia, tomei consciência, acordei para o Estado da Nação.

Dei de caras com o absurdo, não com a crise, mas com a insensatez, com o despropósito, com a demência a que, passo a passo, chegámos.

Como milhares de portugueses sofro de azia crónica. Há um fogo que arde por dentro que, se não for controlado, me consome as entranhas, arde sem se ver e até sou capaz de o cuspir, assim esteja eu virada do lado do avesso, ou acorde com os pés de fora, por via das notícias que ficaram a digerir na noite anterior.

Como estes milhares, tenho de tomar umas pílulas todas as noites e/ou todas as manhãs, para que suporte melhor estas azias da vida, estas amarguras da noite, estes fogos que ardem mas que não se vêem. 
Estas pílulas, imprescindíveis ao meu bem estar e ao bem estar dos outros milhares de portugueses que descontam, tal como eu, para essa coisa do Estado Providência eram quase ao preço da chuva, da uva mijona, como dizia a minha avó, que sabia o valor das coisas.
Hoje, acordei com os pés de fora, estava cheia de fogo por dentro por via daqueles assuntos que me andam a incomodar, pois ainda não percebi se me devo preocupar mais com o preço do gasóleo que não pára de aumentar, assim como a taxa de referência da Euribor, ou com o que a Wikilieaks anda a revelar. Tive de recorrer à pílula da digestão fácil. Era a última do blister e da caixa. Peguei na receita que tenho sempre em casa e fui à farmácia comprar mais uma caixinha, do genérico. Sim, do genérico, que eu não alimento vaidades e muito menos laboratórios farmacêuticos. Quando ia para pagar pensei que a conta se referia a senhora do lado que aviava uns quantos cremes anti rugas. Mas não. Era a minha conta mesmo.

- Sabe, é que dantes (como se o dantes fosse o tempo da outra senhora), estes medicamentos tinham uma portaria especial, que agora deixaram de ter - apressou-se a farmacêutica a explicar, antes mesmo que eu perguntasse.

Como estas pílulas para curar as azias da vida, outras deixaram de ser comparticipadas ou "tão comparticipadas". Quem tem dores de reumático, por exemplo, que se deite o chão, que dizem os antigos sempre foi o melhor colchão ortopédico; quem sofre de tensão arterial elevada, pois que dê um litrinho de sangue todas as semanas, diminui a quantidade em circulação, logo desce a tensão e faz bem ao banco de sangue; quem anda deprimido, que saia para a rua e brinde ao astro rei, ria muito que faz bem à pele, além que rir sempre foi o melhor remédio.

Creio que, tal como eu, há muitos portugueses com azia, com fogo e pêlo na venta!

Calamos?